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Episódio 5

A terceira tabuleta

Enki chega ao planeta Terra

“A sorte de Nibiru está em minhas mãos e vocês devem atender às minhas condições”, dizia Alalu.

As notícias de que Alalu havia sobrevivido chegaram até o palácio real em Nibiru e foram transmitidas pelo rádio comunicador.

Anu estava assombrado. Os conselheiros e sábios também haviam sido surpreendidos.

Todos pensavam que Alalu havia morrido.

Rapidamente os comandantes foram convocados a verificar todas as naves e constataram que, de fato, uma delas havia sumido. Alalu, certamente a teria pego.

Com a confirmação Anu refletiu sobre como deveria proceder. E decidiu ordenar que fossem transmitidas saudações a Alalu.

Anu, o rei de Nibiru, te saúda. Não havia razão para que você partisse, querido Alalu. Saiba que em meu coração não há inimizade. Se realmente chegaste até o ouro, que a glória de Nibiru seja exaltada e que a salvação, de fato, aconteça.

As saudações de Anu rapidamente chegaram até a Terra, onde Alalu apreciou com atenção.

De tom bélico Alalu prontamente respondeu:

Se eu tiver de ser o salvador, que Nibiru seja, então, digno de meus feitos.

Que os príncipes sejam convocados em assembleia e declarem suprema minha ascendência.

Que os comandantes me façam seu líder, que se inclinem às minhas ordens!

Que eu seja nomeado Rei, que meu nome se sobreponha a Anu no trono.

E que o conselho faça valer as minhas palavras.

Tão logo as palavras de Alalu chegaram até Nibiru, a consternação foi grande. Como poderia Anu ser deposto? Os conselheiros estavam confusos.

Onde estaria Alalu? Seria verdade que ele havia encontrado o ouro da salvação? E se fosse uma artimanha?

Um dos conselheiros, o mais velho de todos, fez valer a sua voz na assembleia. Eu fui o mestre de Alalu. Ele estudou atentamente e sabe do segredo do princípio. Alalu tem conhecimento da batalha celestial. Do gigantesco monstro aquoso Tiamat, e das veias douradas, ele tem profundo saber. Então, se Alalu realmente ultrapassou o bracelete esculpido, ele encontrou seu destino no sétimo planeta, que conhecemos como Ki.

Um príncipe então tomou a palavra.

Alalu não pode exigir condições. As calamidades foram suas obras e ele perdeu o trono no combate. Se for verdade que ele encontrou o ouro é preciso provar. E ainda que tenha encontrado o ouro, será em quantidade suficiente?

O silêncio se fez. Quem tomara a palavra na assembleia era, Enlil, o Senhor do Comando. Enlil era filho de Anu com a esposa legítima, Antu.

A decisão da assembleia foi então transmitida a Alalu. E de pronto, o primeiro anunnaki a chegar na Terra, ponderou todos os pontos como se estivesse a jogar uma partida de xadrez. O movimentar de cada peça deveria ser minucioso. Alalu concordou e prestou depoimento de toda sua viagem e dos perigos que passou. Do provador, então, tirou suas vísceras de cristal, do coletor, seu coração de cristal e inseriu os objetos no transmissor para comprovação. E tendo enviado as provas, endereçou junto novos elementos de sua barganha. Ele disse: agora que vocês já possuem as provas, me declarem rei e se inclinem diante de minhas ordens!

As palavras de Alalu eram severas e incisivas. Os sábios estavam horrorizados, mas constataram que, de fato, a localização de Alalu tinha procedência longínqua e para além do Bracelete Esculpido.

E para discutir a questão, a assembleia reuniu-se, mais uma vez. O primogênito de Anu tomara a palavra. Ele era casado com Damkina, filha de Alalu. Ele era conhecido como Aquele cujo lar é a água. Ea era seu nome. Mais tarde ele seria conhecido como Enki, o Senhor da Terra. E para manter uma melhor compreensão da história o chamaremos sempre pelo seu nome mais conhecido, Enki.

Meu pai de nascimento é Anu, e por casamento, Alalu acaba por ser meu pai também. A intenção de meu casamento foi a união dos clãs. Permitam-me trazer unidade para este conflito. Que eu seja o emissário de Anu, para diante de Alalu entregar o ouro até Nibiru. Farei de Alalu, o proclamado rei na Terra. E se a salvação chegar, de fato, até Nibiru, que uma nova luta aconteça para determinar o trono de Nibiru.

As palavras de Enki eram sábias, e encheram o salão da assembleia. Os conselheiros acataram e Anu proclamou a sentença. Que assim seja, e uma nova luta concederei a Alalu. Que o vencedor seja o rei de Nibiru.

A decisão foi transmitida a Alalu, que concordou: Receberei Enki na Terra, e que ele obtenha o ouro das águas, que realize os testes e que futuramente uma nova luta pelo trono de Nibiru aconteça.

Enki se dirigiu aos comandantes no local das naves e iniciou os preparativos da missão. Enki não faria uso das armas de terror para ultrapassar o bracelete esculpido como Alalu fizera. Ele utilizaria água. E logo a primeira questão se criou. Se a água era a Força, e não o fogo, onde iria reabastecer? Era preciso armazenar a água na nave... Então, os estudos e preparativos seguiram por um shar completo.

Decidiu-se utilizar a maior das naves celestiais, calculou-se o destino de volta e se fixou uma tabuleta do destino. Cinquenta heróis foram selecionados para a missão.

Anu aprovou a viagem e então os anunnaki ingressaram na nave levando consigo capacetes de águia e trajes de peixe. Enki ajoelhou-se em reverência a seu pai, Anu, para receber a bênção real.

Anu, comovido disse: Enki, meu querido filho primogênito. Será uma longa viagem. Vai e volta em segurança e que teu êxito nos alcance em Nibiru.

Ninul, sua mãe, e Damkina, sua esposa, também se despediram de Enki, que foi o último a ingressar na nave celestial.

Então Anzu, Aquele que conhece os céus, o comandante e piloto, elevou a gigantesca nave sobre o céu de Nibiru, dando início a missão que logo chegaria até a Terra. A nave respeitosamente ultrapassou todos os planetas que homenageavam a realeza de Nibiru, até encontrar o temível e desafiador Bracelete Esculpido. A missão estava cuidadosamente calculada e preparada para que com jatos de água, e não com armas de fogo como Alalu havia feito, afastasse as gigantescas rochas do cinturão de asteroides.

Os gritos de alegria ao irromper o bracelete esculpido foram eufóricos, mas logo deram lugar a apreensão. Anzu fez soar o alarme: para abrir caminho entre as rochas mais água do que o planejado havia sido utilizado. E então, faltaria água para alimentar as pedras flamejantes da nave para o restante do trajeto.

À frente da gigantesca nave anunnaki se colocava Lahmu, o planeta vermelho que mais tarde seria chamado de Marte. Anzu, o habilidoso piloto, desacelerou a nave e contornou a borda de um lago aterrissando com suavidade. Juntos, Enki e Anzu vestiram seus capacetes de águia e desceram para o solo firme. Ordenou-se que um cano que suga água extraísse água do lago para a nave, e assim foi feito. E a novidade não era apenas esta. Os anunnaki verificaram que a água era possível beber, embora o ar fosse insuficiente.

Com a nave reabastecida, mais uma vez o gigante dos céus se elevou com o seu destino final endereçado ao planeta Terra.

E tão logo se aproximaram da Terra e o sinal transmissor de Alalu foi captado puderam ver os oceanos e as terras firmes, contrastando com os tons de neve nas duas terças partes do planeta.  Mas ao se aproximar perceberam a forte atração do planeta, e o peso da neve para o pouso na região pantanosa. Anzu contornou todo o planeta mais uma vez, buscando a desaceleração da nave e a maior proximidade com o solo.

E, por fim, desceu a gigantesca nave sobre as águas da Terra. E a manobra feita com sucesso, amerissou em segurança sem permitir que a nave afundasse.

Foi quando uma mensagem chegou até a nave. Alalu dizia: sejam bem-vindos à terra.

E assim, a gigantesca nave captou o sinal e Anzu flutuou a espaçonave como um navio na direção de Alalu. Rápido, dizia Alalu, se apressem.

Anzu ordenou que todos os anunnaki à bordo vestissem seus trajes de peixe. A porta da nave se abriu e os heróis desceram da nave. Enki, no entanto, ficou sem traje de peixe. O coração lhe golpeava como um tambor. Nadou livremente e pode sentir que as águas eram profundas e muito mais do que imaginava. E assim que chegou à margem pode ver Alalu que o abraçou e disse: bem-vindo meu filho por matrimônio. Bem-vindo a um novo planeta.

E então, na medida em que os heróis se deslocavam Alalu os cumprimentou e desejou as boas-vindas.

Enki disse aos demais anunnaki: aqui na Terra eu sou o comandante. Viemos de muito longe para uma missão importante. O futuro de Nibiru está em nossas mãos. É uma missão de vida ou morte. Vamos dar início aos trabalhos. Anzu, transmita ao rei, meu pai as boas notícias de nossa feliz chegada ao planeta.

E logo em seguida o céu passou a ficar avermelhado, alaranjado e escureceu. Alalu explicou: uma noite na terra é diferente do que podem imaginar. Vamos aproveitar para descansar. Antes do que possam imaginar o sol irá anunciar um novo dia.

E assim, a noite veio e um novo dia se fez. E com o novo dia Enki ofereceu tarefas específicas a alguns dos anunnaki: Engur, o senhor das águas doces, Enkimdu, o cargo da vala e dos diques, Enbilulu o comando dos pântanos. E tendo conhecido os frutos que seu vizir, Isimud pode distinguir, Enki encarregou Guru de tratar dos alimentos que crescem.

Assim os acampamentos foram erguidos, valas e diques construídos. Kulla produziu tijolos de argila, Mushdammu produziu os alicerces, Enursag estudava as serpentes e cobras rastejantes e Ulmash verificava os animais das águas e as aves dos céus, classificando-os e estudando-os. 

E assim seis dias se passaram. Ao sétimo dia, Enki proncunciou:

Viemos de longe e fizemos longa viagem, construímos nosso acampamento e analisamos tudo à nossa volta. Vamos chamar nossa construção cercada de Lar Longe de Casa e o nomeamos de Eridu. E mantendo sua promessa Enki nomeou Alalu como comandante de Eridu. E depois, complementou. Que este sétimo dia seja consagrado ao nosso descanso. E que seja sempre, o sétimo dia, o nosso dia de descanso.

E assim, tão logo o dia de descanso terminasse era preciso começar a busca pelo ouro.

Enki começou a sugar as águas pantanosas, por seis dias consecutivos. E no sétimo dia, Enki e Alalu observavam os metais recolhidos. Havia ferro, havia cobre, mas o ouro não era abundante. Trabalharam então na separação dos metais e no próximo sétimo dia, descansaram. E nos seis dias seguintes encheram e esvaziaram os recipientes de cristal para no sétimo dia contabilizar os metais. O ouro era a menor das pilhas...

Durante todo o período de trabalho Enki estava impressionado com Kingu, a lua. Que ligação estranha seria essa que a lua e a terra tinham entre si? Qual sinal celeste havia? E então Enki chamou de mês a volta completa da lua. E trabalharam nos metais por alguns meses. E Enki pode ver que o sol, a cada seis meses propiciava uma estação quente, outra fria. Houve inverno e verão e Enki chamou ao período completo de ano da terra. Ao final de cada ano contabilizavam o ouro acumulado.

E com os níveis de ouro em situação alarmante os anunnaki decidiram afundar sua nave pelas águas em busca do ouro nas profundezas.

E logo observou-se a proximidade de Nibiru. Anu ansioso perguntava a quantidade de ouro, mas era insuficiente. E então decidiu-se aguardar por mais um shar.

E com mais tempo na Terra as partes da nave foram separadas e Enki construiu uma câmara. E com ela, ele e Abgal sobrevoavam à terra em baixas alturas, observando e estudando o planeta.

Enki estava intrigado. Conversavam ele e Alalu. Onde estão as veias douradas de Tiamat?

E em Nibiru a apreensão crescia. O ouro era desejado e não somente desejado, era imprescindível.

Os protestos aumentavam e Anu dizia: entreguem o ouro que tiver. Reparem a nave de Alalu e que ele traga o ouro a Nibiru.

E assim, Enki retirou as armas de terror da nave de Alalu e as escondeu em local distante e secreto.

Anzu trabalhou na preparação do carro de Alalu para que estivesse pronto a viajar até Nibiru, de posso do ouro, quando terminasse o Shar. E não demorou até que Anzu observasse a ausência das armas de terror.

- Estas armas não deveriam ser utilizadas nem nos céus e nem nas terras firmes. Mas sem elas é perigoso atravessar o bracelete esculpido. A nave de alalu não possui propulsores de água, devo relembrar.

As palavras dos anunnaki na terra foram ouvidas pelo Conselho de Nibiru. O risco era de não conseguir retornar. E então Abgal tomou a palavra dizendo que gostaria de correr este risco. Eu entregarei o ouro a Nibiru.

Os astrônomos estudaram o melhor momento e então, Enki e Alalu se despediram de Abgal que deu partida na nave, em direção a Nibiru, carregando consigo o ouro da salvação.

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