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Episódio 13

Nona tabuleta Parte 2

A Vingança de Enlil

Enlil estava muito incomodado!

Os Igigi haviam organizado uma grande rebelião para o casamento de Marduk e Sarpanit. E assim, uma grande confusão teve início.

Assim, alguns dos Igigi se mantiveram junto com Shamgaz na Plataforma de Aterrissagem junto às Montanhas de Cedros e estenderam seus domínios até as terras de altas montanhas. Enquanto outros Igigi acompanharam Marduk até as terras acima do Abzu.

Filhos nasceram através dos Igigi. Eram híbridos gerados da união com as mulheres terrestres. Eles ocupavam várias terras e vários domínios. Diferentes anunnaki se relacionavam com os terrestres. Enlil enviou seu filho Ninurta para as terras além dos mares, onde Ninurta estabeleceu uma cidade com torres e uma proximidade com os descendentes de Ka-in.

Enquanto isto, Enki engendrou com Batanash, esposa de Lu-Mach, um filho que mais se parecia com os deuses anunnaki do que com os humanos. Aquele era Ziusudra.

E nos dias de Ziusudra pragas e pestes afligiam a Terra. Dores, enjoos e calafrios se faziam sentir...

E foi assim que Enlil destinou aos terrestres os castigos e a sorte que somente o Senhor do Comando poderia decretar...

 

Aos olhos de Enlil, a missão dos anunnaki na Terra havia se tornado pervertida. Para ele, as ruidosas e estridentes massas dos terrestres se tornaram um anátema. Enlil dizia que as declarações dos terrestres eram opressivas e que suas uniões lhe tiravam o sono. Ninmah intercedeu em favor dos terrestres dizendo que seria útil ensinar-lhes a se curar, para que aprendam a se medicar por si próprios.

Mas Enlil não respondeu de forma positiva às suas súplicas...

Nas terras onde os terrestres habitavam e se proliferavam não cresciam águas em suas fontes e a terra havia fechado seu ventre. Era a vegetação que não brotava. Enki também suplicou para que pudesse ensinar pesca e sustento dos mares... Ao que Enlil, também proibiu por decreto!

E com os passar do tempo, fome e enfermidades aumentaram. Por um shar completo os terrestres comeram as ervas do campo.

E assim chegou também o segundo... e o terceiro shar! Era a vingança de Enlil!

Ziusudra, o porta-voz dos terrestres, viajou até Eridu e chamou por Enki, seu senhor. Suplicou por ajuda e salvação. Mas Enki estava impedido de tomar qualquer ação, em virtude dos decretos de Enlil.

Naqueles tempos os próprios anunnaki temiam sua sorte. Suas próprias rações diminuíram. E as mudanças que ocorriam também lhes afetavam. Tanto na Terra quanto no Lahmu as estações haviam perdido a regularidade. Durante dois shars estudaram as voltas celestiais de Nibiru.

Estranhos acontecimentos tomavam rumos até então desconhecidos. Algo acontecia em torno do sol e sua família. Kishar havia perdido sua hoste e o bracelete esculpido estava estirado e empurrado por forças invisíveis.

Em Nibiru os sábios deram voz de alarme. Diziam que O Criador de Tudo estava retornando os céus aos dias primitivos. Algumas vozes se levantavam entre o povo para dizer que o Criador estava furioso.

Na Terra as tribulações aumentavam, enquanto o medo e a fome se alastravam.

Nergal e Ereshkigal observavam os instrumentos diante da terra branca. Foram quatro shars de observação. Detectaram tremores e terremotos. E perceberam que a Terra Branca começara a deslizar. As palavras sobre o fato foram enviadas a Enlil e dele endereçadas até Nibiru. E assim veio o quinto... e o sexto shar.

E lá, no planeta dos anunnaki, os sábios observavam também, e soaram mais uma vez o alarme. Disseram ao rei Anu que na próxima vez que Nibiru se aproximasse, a Terra estaria exposta e o gelo da neve da superfície da Terra Branca deslizaria provocando uma calamidade de água. Os sábios diziam que a terra seria envolvida por uma gigantesca onda... era um Dilúvio se aproximando!

Em Nibiru a consternação foi grande! A insegurança diante da própria sorte de Nibiru era assombrosa. O que iria acontecer?

O rei, os sábios e os conselheiros estavam preocupados.

No Abzu fecharam-se as minas de ouro e de lá se foram os anunnaki até o Edin;

Em Bad-Tibira a fundição e a refinação também parou e todo o ouro que havia foi enviado às pressas até Nibiru.

Naves partiram do planeta dos anunnaki em direção à terra preparando uma rápida evacuação.

E foi assim, em uma das naves que chegou à Terra que um anunnaki de cabelos brancos se apresentou.

Com passos majestosos, demonstrou uma mensagem selada de Anu ao Senhor do Comando na Terra. Enlil recebeu a mensagem e observou que o selo de Anu estava intacto e era autêntico. Enlil estava surpreso! Em Nibru-ki leu a mensagem da tabuleta e observou que a codificação era de toda confiança!

O anunnaki que chegara chamava-se Galzu... e falava em nome do Rei e do Conselho! A mensagem de Anu dizia: As palavras de Galzu são minhas ordens.

Galzu era da mesma escola de Ninmah, porém aparentava ser muito mais jovem. Ninmah dizia não recordar-se dele... além disto, ela parecia uma velha anciã comparada a ele. A explicação era simples e fazia parte de sua missão na Terra, revelara Galzu.

A causa são os ciclos vitais de sono no inverno! Mas não é só isto! Existe um segredo relativo à evacuação

Desde que Dumuzi esteve em Nibiru examinaram-se os anunnaki que retornaram.

Seus corpos já não estavam mais acostumados aos ciclos de Nibiru. Seu sono estava alterado, a visão falhava e a força da rede de Nibiru pesava em seus passos. Suas mentes estavam afetadas e os filhos eram mais velhos do que os pais. Observou-se que aqueles que permaneceram por mais tempo na Terra eram os mais afetados ao retornar. A morte chegou com rapidez aos retornados, disse Galzu. E estou aqui para lhes advertir!

Enki, Enlil e Ninmah guardaram um silêncio sombrio. E Ninmah foi a primeira a falar: era de se esperar, disse. Enki, o sábio, consentiu com suas palavras: era evidente! Enlil, entretanto, foi tomado pela raiva! Antes, os terrestres estavam se tornando como nós! Mas agora... nós estamos no tornando como os terrestres. Ficaremos aprisionados neste planeta! Toda a missão se transformou em um pesadelo. Com Enki e seus terrestres acabaremos sendo seus escravos!

Galzu ouviu a todos com compaixão, inclusive a explosão raivosa de Enlil! Depois, disse: de fato há muito refletir! Em Nibiru profundas questões foram levantadas. Será que talvez deveria ter se deixado Nibiru a mercê de sua própria sorte? Ou à chegada à Terra foi concebida pelo Criador de Tudo... Talvez nós, anunnaki, não fomos mais do que emissários, ainda inconscientes, de toda missão e plano do Criador de Tudo? O debate a este respeito, meus amigos, prosseguirá. Mas quero lhes dizer a razão de minha chegada e a ordem secreta de Nibiru.

Vocês três devem permanecer na Terra. E só voltarão para Nibiru, em direção à morte! Ao aguardar pela Grande Calamidade vocês devem circundar a Terra e esperar. Os Igigi que se casaram com as terrestres devem escolher entre partir ou permanecer com seus casamentos. A nenhum terrestre, incluindo Sarpanit, será permitido viajar até Nibiru. Aqueles que queiram ficar para observar sua sorte, deverão se proteger dentro das naves celestiais. Quanto a todos os outros, devem estar preparados para partir para Nibiru imediatamente!

Diante das palavras de Galzu, Enlil convocou uma reunião em Nibru-ki. Assim reuniram-se os comandantes anunnaki, seus filhos e os Igigi.

Enlil tomou a palavra e lhes falou sobre o segredo da calamidade iminente.

Nossa missão na Terra chegou a um amargo fim! Aqueles que queiram partir em naves celestiais, que se pararem para a evacuação.

Aqueles que tiverem se casado terrestres terão de ir sem suas esposas. Os que desejarem ficar devem conduzir suas esposas e descendentes aos picos mais altos da terra.

E aos anunnaki que decidirem ficar, que encontrem lugar nas naves celestiais que permanecerão no exterior para presenciar a sorte da Terra. Eu como comandante, serei o primeiro a ficar. Os outros, que decidam por si mesmos!

Ninurta tomou a palavra. Ficarei com meu pai e irei confrontar a calamidade. E depois que o Dilúvio passar voltarei para as Terras Além dos Oceanos.

Nannar, o primogênito de Enlil na Terra, anunciou que desejava aguardar pelo Dilúvio na Lua.

Enki ilustrou em seu rosto uma expressão estranha. Enlil, desconcertado com o que Nannar dissera, ainda assim, concordou.

Ishkur pronunciou-se por ficar na Terra com Enlil. Utu e Inanna, filhos de Nannar, declararam o desejo de ficar também.

Enki e Ninki anunciaram com orgulho que optaram por ficar e não abandonar a Terra.

Marduk com raiva disse: não abandonarei nem os Igigi, nem Sarpanit.

Assim, um a um, os outros filhos de Enki anunciaram sua decisão de ficar. Nergal e Gibil, Ninagal e Ningishzida, assim como Dumuzi.

Então, todos voltaram sua atenção para Ninmah, que também orgulhosa revelou a decisão de ficar, anunciando: minha vida toda está aqui! Os terrestres são minhas criaturas... não lhes abandonarei!

Diante das palavras de Ninmah, anunnaki e Igigi perguntaram: o que será dos terrestres?

Ao que Enlil respondeu: os terrestres... pelas suas abominações! Que pereçam!

Enki respondeu aos gritos: um estranho ser foi criado por nós! E por nós, ele deve ser salvo!

Enlil também gritou: em todas as ocasiões modificaste as decisões!

Tu deste a procriação aos trabalhadores primitivos... dotou-os de conhecimento! Tomou em suas mãos os poderes do Criador de Tudo... para depois disto sujar-se em abominações! Concebeu Adapa com fornicação! Deu entendimento à sua linhagem! Sua descendência elevaste aos céus, compartilhastes com eles nossa sabedora! Quebraste todas as regras! Ignoraste todas as decisões e ordens! Por tua causa um irmão terrestre matou outro... por causa de teu filho Marduk os Igigi o imitaram e se casaram com as terrestre! Ninguém mais sabe quem é o senhor de Nibiru e a quem pertence a Terra! Basta!... é tudo o que tenho a dizer! Basta! A abominação não deve prosseguir! Que aconteça o que tiver de acontecer! E assim, que todos prestem um juramento! E que todos jurem que não irão intervir nos acontecimentos.

Enlil, no Conselho dos anunnaki e dos Igigi no Nibru-ki, exigia de todos um juramento! O primeiro a prestar juramento foi Ninurta. E do clã de Enlil, todos o fizeram!

Em seguida, os filhos de Enki tomaram a palavra. Nergal curvou-se em respeito. Marduk disse a Enlil que concordava, mas questionou de que servia o juramento? Se os Igigi abandonarem suas esposas... o medo não seria difundido entre os terrestres?

Ninmah estava aos prantos... e sussurrou fracamente as palavras do juramento! Enlil olhou fixamente para Enki. Por que quer me prender a um juramento? Questionou Enki. A decisão é sua... e na Terra, ela é um comando! Você quer fazer que tudo pareça a simples sorte...? Que seja conhecida como uma decisão de Enlil. E que recaia sobre Enlil a responsabilidade! Para sempre! Anunciou Enki!

E tendo dito estas, assim, Enki partiu da assembleia! Marduk também foi com ele. A balburdia se instalou e rapidamente Enlil trouxe ordem com palavras ágeis de comando!

Em seguida, a organização teve início! E como era natural, habilidoso comandante que era, Enlil coordenou as atividades.

Os primeiros a partir foram aqueles que voltariam a Nibiru. E não foi uma nem duas... mas diversas naves que partiram...!

Em seguida foi a vez de Marduk e os igigi com as esposas terrestres. Marduk deu a eles uma escolha: ir com ele, Sarpanit, dois filhos e filhas ao Lahmu, e esperar ali pelo fim da calamidade. Ou dispersar-se nas distantes terras montanhosas da Terra para encontrar um refúgio.

Enlil contabilizou os que ficaram e atribui naves a eles, por grupos. Depois ordenou que Ninurta fosse até às terras montanhosas além dos oceanos para informar sobre o retumbar da Terra.

Prosseguiu, reservando o vigiar da Terra Branca, a Nergal e Ereshkigal.

A seu filho Ishkur, Enlil ofereceu a tarefa de vigiar contra qualquer avanço dos terrestres. Sua missão era proibir acessos, e levantar e reforçar barreiras e parafusos. O Lugar das naves celestiais, Sippar, foi o centro de todos os preparativos. Foi lá que Enlil estabeleceu o enlace céu-terra temporário e conduziu as tabuletas dos destinos, vindas de Nibru-ki.

Enlil explicou para Enki que as tabuletas dos registros deveriam ser enterradas nas profundezas da Terra em Sippar. Para que no futuro, o que de um planeta se fez em outro, um dia pudesse vir a ser descoberto. Enki aprovou as palavras de seu irmão e armazenaram os ME e outras tabuletas em arcas douradas. E assim, nas profundezas da Terra, em Sippar enterraram, para a posteridade.

Assim, tudo disposto, os líderes esperaram o sinal de partir. E vigiaram com apreensão a aproximação de Nibiru em sua grande volta. Os sinais eram claros... os sinais nos céus denunciavam que a hora estava cada vez mais próxima.

Foi neste momento que Enki se dirigiu a Ninmah, sua irmã, voltando sua atenção para as demais criaturas vivas... Ele disse:

Enlil dirigiu toda sua preocupação aos terrestres, mas esqueceu de todas as demais criaturas vivas. Quando o Dilúvio inundar a Terra todas as criaturas estarão condenadas... Inclusive aquelas cujas sementes da vida vieram de Nibiru. Preservemos você, e eu, a semente da vida... Extraiamos suas essências vitais para protegê-las.

Farei isso em Shurubak, disse Ninmah. E você fará com as criaturas vivas do Abzu.

Assim, enquanto os demais esperavam ansiosos, Enki e Ninmah empreendiam uma tarefa desafiante.

Em Shurubak Ninmah teve auxílio de algumas de suas assistentes. Enki teve auxílio de Ningishzida no Abzu, na antiga Casa da Vida. Coletaram as essências masculinas e femininas, assim como os ovos de vida. Assim, de dois em dois, machos e fêmeas, de dois em dois os preservaram. Tanto no Abzu, quanto em Shurubak.

E foi quando as trombetas soaram e o alarme disparou! Ninurta anunciava! Os estrondos na Terra são assustadores. Da Terra Branca Nergal e Ereshkigal afirmavam: a terra branca estremeceu.

Em Sippar, no Lugar das Naves Celestiais os anunnaki se reuniram para esperar o dilúvio. E foi neste momento, quando a tensão da espera crescia que Enki, em sua morada, adormeceu. E numa visão-sonho um homem brilhante e resplandecente como o céu lhe apareceu. Na décima tabuleta este homem irá revelar a vontade do Criador de Tudo para que Enki salve a Humanidade...

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